O relatório da competitividade relativamente ao 2013 no âmbito do crescimento e emprego, sem crescimento da indústria.
Depois de uma recuperação substancial de 2009-2011 a indústria na Europa deslizou para baixo de novo. Os dados preliminares para 2012 indicam que a contribuição de manufactura do PIB da UE caiu ainda mais para 15,1%, aumentando a distância para o indicativo meta de 20% estabelecida pela Comissão em 2012.Se quisermos alcançar este objectivo e não perder a corrida contra os nossos concorrentes, mais necessita de ser feito a nível da UE. Relatório sobre a Competitividade Europeia deste ano identifica os pontos fortes para construção dos desafios a serem enfrentados pela política industrial. Também direciona-se o debate sobre a política econômica na direção das ferramentas para a melhoria do conhecimento e desempenho da produtividade da indústria transformadora da UE. O relatório também faz um forte argumento para a preservação de uma dimensão crítica de manufactura na Europa. Embora a sua participação no valor total de valor tem vindo a encolher, a manufactura tem um forte efeito de repercussões noutros setores; a procura final da manufactura gera cerca de metade da demanda final adicional que noutros sectores da economia. Como em outras economias avançadas que também são responsáveis por uma grande parte do esforço da inovação que se traduz em contribuições para o crescimento da produtividade global e assim portanto para o crescimento real do rendimento.
Recuperação desigual assim a Europa perde a sua quota de produção global
A recuperação da crise mais grave no período do pós-guerra tem sido desigual entre os Estados-Membros e os sectores industriais da UE. Poucos países se recuperaram com sucesso o seu nível pré-crise da produção da manufactura (Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia e Eslováquia), enquanto a maioria estão muito abaixo.
IMAGEM01 – Recuperação da manufactura na UE pelos Estados-Membros
Com exceção dos sectores de bens de necessidade e alguns sectores de alta tecnologia, a maioria dos sectores da indústria ainda não se recuperou da crise, e a demanda doméstica permanece fraca, os ganhos de recuperação são principalmente devido à demanda externa (em particular para os produtos farmacêuticos, minérios metálicos e equipamentos de transporte).
IMAGEM02 – Alguns sectores da indústria de volta à retoma do crescimento, outros ainda recuperarem
Ainda mais preocupantes são os dados sobre a participação da produção industrial da UE numa escala global que mostra que a quota de produção na Europa tem vindo consistentemente a diminuir, enquanto a indústria na China tem vindo a aumentar
IMAGEM03 – Quota de vendas da produção mundial
Principais conclusões e recomendações da exposição
Olhando para além da crise esta exposição identifica as principais razões para a manutenção de uma «dimensão crítica» das atividades industriais nas economias europeias, assim como identifica as fontes de vantagens comparativas da UE que necessitam de ser preservadas e atualizadas assim como as deficiências estruturais de longo prazo na produção que precisam ser abordadas. As principais conclusões e recomendações são as seguintes:
1. A produção é cada vez mais visto como um sector fundamental, embora o peso da produção na economia da UE esteja a diminuir relativamente. A formação da massa crítica de métodos de produção mínima é necessária, porque:
A parte de produção em declínio corrói o conhecimento e a tecnologia de base de toda a economia, o que é fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável
A produção tem fortes efeitos spill-over sobre o resto da economia e especialmente sobre a produtividade geral. Cada euro agregado à manufactura gera cerca de 50 cêntimos noutros setores da economia.
2. A Europa tem vantagens comparativas em cerca de dois terços dos sectores industriais, sendo responsável por cerca de 75 por cento da produção industrial da EU, estas vantagens comparativas estão concentrados em segmentos de produtos complexos e de elevada qualidade. Ao aumentar gradualmente a complexidade dos seus produtos as indústrias transformadoras da UE conseguem manter a sua posição competitiva através da crise, como por exemplo a UE é um grande produtor de novos conhecimentos, os blocos de construção tecnológicos que serão utilizados para a construção de qualquer nova tecnologia ou produto inovador de alta tecnologia nos próximos anos, seja os seus produtos com base em biotecnologia industrial ou materiais avançados têm maior conteúdo tecnológico do que produtos concorrentes da Ásia Oriental ou da América do Norte. O desafio para a Europa nesta área é que além de tecnologias avançadas de manufatura, produtos da UE com base em tecnologias facilitadoras essenciais são maduras e necessitam de competir com preço.
3. Num mundo globalizado as chamadas “cadeias de valor de desempenho” estão a tornando-se na medida mais importante do que a tradicional competitividade com ênfase voltada principalmente para a exportação de produtos acabados. A este respeito a vantagem da tecnologia da UE é refletida pelo facto de que as exportações da UE de produções têm menos valor incorporado no valor acrescentado no estrangeiro e que as exportações de países terceiros, como a China, a Coreia do Sul, Japão e EUA, que precisam de recursos e bens intermediários de alta tecnologia do exterior, e isto numa medida maior que EU. Por outro lado a UE tem uma parcela maior de valor agregado nas exportações desses países, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, cerca de 86% do valor das exportações da UE é produzido internamente, em comparação com 74% para a China, 85% para o Japão, 61% para a Coreia do Sul e 84% para os EUA.
É importante tornar as empresas da UE mais competitivas no mercado global. As conclusões do exposição sugerem que:
A política industrial da UE tem de orientar a mudança estrutural para uma maior produtividade da manufactura e melhor posicionamento das empresas da UE na cadeia de valor global. Ao fazê-lo a UE deve confiar nos seus pontos fortes existentes de produção, ou seja as suas vantagens em conhecimento e tecnologia de produtos e serviços intensivos. Um exemplo disso é as tecnologias facilitadoras essenciais.
Mas a União Europeia está atrasada nos ganhos de produtividade em relação a potências industriais emergentes e alguns dos seus principais concorrentes, como EUA e o Japão. A diferença de produtividade UE-EUA como por exemplo, está a crescer amplamente e cada mais depois de anos de estrangulamento. Parte disso é explicado por uma diferença de eficiência causada por regulamentos ou seja pela falta de investimento em tecnologias de informação e activos intangíveis. Outra parte é explicada pelo abrandamento da aceitação da investigação e desenvolvimento pela comercialização no mercado. Políticas e medidas para estimular a investigação e desenvolvimento para a diminuir essas distâncias e assim ajudar a colmatar essas lacunas.
A mudança estrutural é lenta e o caminho dependente e ineficiente se não construir-se sobre os pontos fortes existentes, podendo ser estimulado por ter o quadro institucional no lugar certo cobrindo as políticas de educação, investigação, tecnologia e inovação, mas também a qualidade do governo.
Indústria vs. Serviços: por que é importante para fortalecer tanto
IMAGEM04 – Duplo mergulho da produção industrial na UE
Depois de uma recuperação a partir de meados de 2009 a economia da UE e indústrias de produção recuaram para uma recessão dupla mergulhando desde o final de 2011, como se vê na IMAGEM04. O emprego na indústria tem vindo a diminuir ao longo de décadas e este declínio acelerado com a eclosão da crise financeira, têm como resultado, a quota da produção no PIB continuou a diminuir de 15,8% antes da crise para 15,1% em 2013. Mas o peso da indústria transformadora tem explicações estruturais de longo prazo também, como por exemplo, os produtos produzidos podem ser negociados com mais facilidade e produzido cada vez mais eficiente do que outras saídas. Contra esse pano de fundo e em combinação com o aumento da renda, e do preço relativo dos bens manufaturados tende a cair em relação ao preço dos serviços, assim o peso do sector dos serviços no PIB tem vindo a aumentar, enquanto o peso da produção vem caindo.
IMAMGEM05A – Fracções de declínio da produção do PIB na EU
IMAGEM05B – Mudanças na participação da produção na UE MS 2000/12
Apesar das tendências de longo prazo nas economias avançadas da contabilidade do sector da manufactura que esta a em parte a encolher relativamente ao valor acrescentado e do emprego, há um forte argumento para a preservação de uma «dimensão crítica» das atividades industriais nas economias europeias. Há importantes encadeamentos históricos da indústria para os serviços que fornecem muitos dados importantes à manufactura (em particular os serviços como negócios). Assim como a produção tem uma “função transportadora” de serviços que poderiam ser considerados como tendo valor comercial limitado. Na mesma direção vai o aumento de “produtos por agregação” das actividades de produção e de serviços em actividades de manufactura avançada. Esta “função transportadora” através da pressão competitiva internacional e além disso têm um efeito de estímulo à inovação e melhoria qualitativa para as actividades dos serviços. Devido a este aumento do atravessamento da IMAGEM06 (Figura 6), enquanto a produção está a lutar por isso têm um impacto muito negativo sobre o sector dos serviços e na economia em geral assim como do emprego.
IMAGEM06 – Aumento da participação dos serviços nos setores de manufatura
Os principais motivos para a EU estar atrasada em relação aos concorrentes
IMAGEM07 – Crescimento da produtividade na UE, EUA e Japão de 1990-2012 (1995 = 100)
Alguns sectores de serviços do mercado foram a principal causa da desvantagem da produtividade na UE, em comparação com os EUA durante a era do surgimento das tecnologias da informação e comunicação no final de 1990. No entanto nos anos que antecederam a crise financeira, a UE registou um forte crescimento da produtividade do trabalho relacionada com as TIC nestes sectores, espelhando desenvolvimentos anteriores em os EUA, atingindo assim os níveis de produtividade dos Estados Unidos. Desde que a crise no entanto, a diferença de produtividade UE-EUA aumentou de novo como se vê na IMAGEM07.
IMAGEM08 – A vantagem tecnológica relativa dos EUA sobre UE nos sectores de investigação e desenvolvimento de alta intensidade
Além disso a União Europeia é geralmente percebido como sendo menos eficaz em trazer a investigação para o mercado do que seus principais concorrentes, como os EUA, Japão e Coreia do Sul. Isto contribuiu para o chamado défice de inovação que ameaça minar a competitividade da UE, o emprego e o crescimento como se vê na IMAGEM08. A vantagem tecnológica relativa é calculada como a região sectorial% em relação ao I&D da região% no total de P&D.
É amplamente aceito que a Europa não ficar para trás dos EUA em termos de excelência científica, como por exemplo no sector chaves das tecnologias facilitadoras, como os pedidos de patentes europeias estão a aumentar de ano para ano e a parcela dos pedidos europeus mantém-se relativamente estável. Mas a produção de conhecimento não é sinônimo de criação de emprego e crescimento. A fim de transformar patentes em produtos comercializáveis com base em tecnologias facilitadoras essenciais, os produtores precisam estar idealmente posicionados em termos de conteúdo tecnológico dos seus produtos e em relação à concorrência que enfrentam no mercado global.
IMAGEM09 – Quota de pedidos de patentes na Europa e outros países
Em um esforço para superar os obstáculos no caminho para a implantação de inovações europeias mercado bem-sucedido, uma ampla gama de medidas políticas têm sido desenvolvidos a nível regional, nacional e da UE. Estas políticas têm que visa estimular a inovação, encurtar o ciclo de inovação e melhorar a inovação e o desempenho de comercialização nas empresas. No entanto apesar de uma ampla gama de instrumentos de apoio à política, ainda falta a comercialização da investigação na UE e portanto ainda há a necessidade de identificar as medidas mais eficazes ou melhorar as já existentes.
Concentração na governação: mais acção é necessária a nível europeu
A preservação das “indústrias comuns” inclui a estimulação da manufactura de serviços de interligações e explorando as vantagens de especialização das diferentes economias europeias. Às medidas de auxílio estatais destinadas a apoiar a mudança estrutural e ajustamento estrutural têm sido até agora utilizada predominantemente a nível nacional e sem confiar muito no uso coordenado de ferramentas dos auxílios estatais. Numa economia europeia altamente integrada na preservação e desenvolvimento da “indústrias comuns” deve ser visto como uma responsabilidade conjunta por causa das fortes externalidades em toda a economia europeia. Essa coresponsabilidade das “indústrias comuns” incluem regras para a garantia da qualidade e o reconhecimento das qualificações, apoiando a mobilidade de pessoal qualificado e a aprendizagem de políticas de clusters de sucesso, o apoio necessário ao transporte e às infraestrutura de comunicações.
A política industrial a nível da UE deve assegurar que a Europa tem uma ampla e diversificada estrutura industrial que é está bem equipada para ser um grande actor no desenvolvimento de novas áreas de actividades, tais como tecnologia ambiental. Neste que é capaz de beneficiar o caráter diversificado da Europa industrial e as estruturas de demanda e beneficiar da partilha de recursos. Isso também incentiva inovações em áreas já existentes em que a Europa baseia-se nas suas vantagens comparativas específicas, sejam elas sejam baseadas nas tradições de especialização produtiva (moda na França e Itália, engenharia mecânica de alta qualidade e equipamentos de transporte na Alemanha e em várias economias da Europa Central, e a produção de alimentos de qualidade) ou num padrão diversificado de demanda privada e pública (posição forte dos transportes públicos, dos serviços de saúde de alta qualidade ou dispositivos médicos ligados e produtos farmacêuticos).
Dado o forte empenho político da UE para a proteção ambiental e a mitigação da mudança climática, uma política industrial de longo prazo voltada para o desenvolvimento de produtos “verdes” e tecnologias poderia formar a base para uma importante iniciativa política industrial. É importante ressaltar que essa estratégia não deve incluir apenas um compromisso de financiamento de longo prazo na investigação, mas também precisa de uma fonte confiável de demanda que deve ser fornecida por contratos públicos dos Estados-Membros da UE e da própria UE.
A estratégia de política industrial estabelecida na Comissão Europeia a 2012 vai na mesma direção que cinco das seis áreas prioritárias (linhas de acção prioritárias) definidas na presente comunicação que estão relacionados no desafio a enfrentar da mudança climática e da degradação do meio ambiente. Ainda continua por se ser visto se os contratos públicos terão qualquer papel a desempenhar nas iniciativas políticas da UE para estimular a comercialização de inovações e desenvolvimento de produtos verdes e com maior eficiência dos recursos.
Além disso a política industrial tem que estar atento às diferentes necessidades dos países e regiões com diferentes níveis de desenvolvimento econômico.
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